quarta-feira, 18 de novembro de 2009

I Xornadas de Criança Natural de Ourense

As Lerchas junto com as mulheres do CS A Esmorga vimos de organizar umhas jornadas que titulamos de "criança natural", orientadas a recuperar esta faceta da vida de muitas mulheres, que fora rouvada polo sistema. Vemonos lá!


20 de novembro (sexta-feira): Educar nos primeiros anos. Participa “Agarimar”, colectivo de maes e pais por uma criança alternativa. Às 20h00 no Centro Social SemUmCam (R/Vilar, 9)


21 de novembro (sábado): Parto Natural: situaçao nos hospitais galegos. Parto na casa. Interviram: Marisol de Diego (matrona do hospital de Ourense), María González (matrona do Hospital Comarcal do Salnés) e Nuria Otero (doula e integrante de O Parto é Noso). Às 18h00 na Casa da Juventude.


27 de novembro (sexta-feira): Recuperando a maternidade: a figura das doulas. Participam as doulas Luzia Titán, María Rodríguez e Patricia Álvarez. Ás 19h00 no Centro Social A Esmorga (R/Telheira, 9 -Zona Universitária).


28 de novembro (sábado):

Sesao pública de aleitamento materno. Ás 11h30 na Praça Maior.

Palestra-colóquio: o papel dos grupos de apoio à lactáncia materna. 12h30 no Centro Municipal de Promoción da Saúde (R/ Vasco da Ponte, 1 – ao lado do Conservatório de Música) Participam integrantes dos grupos “Un Coliño” (Ourense), “Mámoa” (Compostela) e “Deleite” de Vigo.

Introduçao à massagem para bebés, por Rosana Portela (educadora da AEMI) Às 18h00 na Casa da Juventude (R/Celso Emilio Ferreiro, 27)

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Passa-ruas e grande festa do Les-vício !!!


A próxima sexta feira dia 3 de Julho as Lerchas trazemos a Ourense a celebraçom do Dia do Orgulho LGBT com um acto muito especial: a novena na honra da Nossa Senhora do Perpetuo Lesbício! :

-Processom a partir das 21h desde a Rua do Vilar

-Festa Lesbi a partir das 22h30 no CS A Esmorga, R/ Telheira, 11.

Que a Nossa Senhora se apiade das nossas almas!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

28 JUNHO DIA DA NOSSA SENHORA DO PERPETUO LESBICIO


Santa bendita sem sítio na bíblia
apareces-te-nos mil vezes
em forma de amiga
de companheira, de cunhada
de vizinha ou de prima

Trás os inocentes gestos de cada dia:
"pentea-me o cabelo, estende-me a creminha,
prende-me aqui esta saia,
durme a mim apertadinha..."
acorde a tua luz a nossa paixom durmida

Antiga, sábia, fermosa senhora
fizeram-te invisível as tebras machistas
mas habitas o mundo das mulheres
bem-aventuradas as nossas peles
os nossos orgasmos, as nossas amigas

Venha a nós o teu tacto
enche de inspiraçom as nossas línguas
apiada-te das tuas filhas, mai bondadosa
que nom queremos cair na desgraça
de deixar o mundo sem provar tortilha

terça-feira, 9 de junho de 2009

As Lerchas em Lugo


O próximo dia 20 de Junho as Lerchas imos apresentar o Museo feminista Itinerante na cidade de Lugo, no Centro Social Madia Leva, nesta ocasiom cumha novidade: umha visita guiada -e incluso interpretada- polas diversas torturas que padeceram as mulheres ocidentais no século XXI.
As jornadas feministas do Madia Leva começam o dia 12, e desde entom já estará exposto o museo feminista no seu local, na rua Amor Meilám. Para mais info podes olhar em madialeva.agal-gz.org

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Abortar nom é delito!!





Ante as ameazas de quererem arrebatarnos o direito fundamental que nos permite ter soberania sobre o nosso corpo, as lerchas berramos que NOS PARIMOS, ergo NOS DECIDIMOS!!


sexta-feira, 10 de abril de 2009

MUSEO DA TORTURA CONTRA AS MULHERES (IV)




Ideologia médica: Da "fé em Deus" a "Fé na Ciência".

Entre a gente mais nova perderom poder os dictados da igreja para o controlo da sua sexualidade, aqueles contos de que a masturbaçom producia cegueira ou de que o uso do preservativo era pecaminoso. Isto significou mudanças nas formas e na linguagem mas a ideologia moderna mantivo os velhos tabús cristianos.

O médico é agora o Deus que dicta as normas sobre o corpo e a sexualidade; tem o poder de clonar vida no seu laboratório e decidir como vam ser os seus filhos e filhas manipulando a sua genética; pode modelar com o seu bisturí o corpo da mulher igual que antes o Deus Todopoderoso a modelara a partir dumha costela.

As farmaceuticas fam-se de ouro com a intervençom médica na sexualidade: vacinas para papilomas, tratamentos com hormonas desde as primeiras menstruaçoes para o resto da vida, partos convertidos em operaçoes quirúrgicas,... A suposta sabiduria médica fijo dos seus protocolos “palavra de deus”. No século XXI os curas mudarom o hábito por umha bata branca e o altar pola consulta. Numha sociedade desesperada polo stress e a ansiedade da vida moderna o “corpo de cristo” adoptou forma de capsula de 20 miligramos.

Um recurso secular para a repressom sexual foi o do medo. A ideologia moderna fazia finca-pé nos perigos do sexo ao tempo que inventava autênticas plagas de transmissom sexual nos laboratórios. Já a finais do século XX inventava-se o SIDA, um virus que castigava a “depravados” e “viciosas”. Se durante séculos o sexo fora um PECADO a ciência convertiu-no em realmente MORTAL. A indústria farmaceutica emprendeu as suas cruzadas colonizadoras, envenenando países e arrasando com a velha medicina tradicional.

MUSEO DA TORTURA CONTRA AS MULHERES (III)






Na Galiza do século XXI, as mulheres foram as últimas em terem controlo sobre os seus próprios corpos e sobre os processos que os afectam (desde o comportamento e as práticas sexuais até a maternidade); en cambio, exerciam muito protagonismo outros agentes, como:

as autoridades sanitárias, que tratavam as mulheres como simples objetos, chegamdo a praticar com elas -sem o seu consentimento- verdadeiros horrores para a experimentaçom cientista (ensaiando, por exemplo, métodos quirúrgicos e hormonais altamente agressivos), e empregando práticas médicas intervencionistas que negavam -de facto- a autonomia das doemtes (!), excluimdo-as mesmo da planificaçom e direcçom dos seus própios partos;

o Estado e os seus tentáculos territoriais, que ditavam legislaçons sobre o que deviam ou nom deviam fazer as cidadás cos seus corpos, impondo castigos para aquelas que ousassem desobedecer, como passou longamente no exercício do aborto;

os meios de comunicaçom de massa, principais tecnologias do género que estenderam um segundo modelo sexual de mulher, a “mulher fatal”, dedicada por inteiro à procura do pracer genital do homem, bem por manipulaçom bem por vício, e invisibilizando, deste jeito, qualquer outro tipo de relaçons e práticas sexuais que nom tivessem o falo como centro de atençom dos jogos eróticos;

a Igreja Católica e a sua doutrina moral retrógrada e genocida, que seguia a reverenciar a Virgem como modelo de comportamento sexual feminino (“mulher-anxo”), identificado e legitimado polo estamento do matrimónio heterosexual; e, porén, demonizava o uso de métodos anticonceptivos como o preservativo por induciren ao coito e provocaren, assim, um aumento no contagio da sida.

MUSEO DA TORTURA CONTRA AS MULHERES (II)








PARA CAMPAR HÁ QUE CHORAR


o modelo estético: a mulher inalcanzável.


Os modelos estéticos sempre reflexarom a situaçom social das mulheres, a sua condiçom (bem como trabalhadoras, bem como aristócratas), o seu carácter aventureiro, as suas luitas, a sua disciplina, as suas tradiçons... eram por tanto a nossa imagem, e dependendo da época e do contexto iam mudando.


Se bem por muito tempo forom marca social e cultural, a começos do século XXI o culto à imagem e às apariências convertiu-se numha auténtica obsessom. Assim chegarom aos extremos de injectar-se toxinas, de mutilar-se, de usar tratamentos agressivos sem eficácia demostrada mas com infinidade de efeitos secundários; as mulheres absorviam-se, depuravam-se, mutavam, e o pior de todo é que deixarom de ser elas para se convertir na má cópia da mulher inalcanzável criada nos laboratórios do patriarcado.


Ademais, as nossas antepassadas viviam atrapadas na sociedade de consumo. Havia centos, milheiros de produtos, artefactos, curandeiros que prometiam a felicidade conseguida através da tortura continuada, desde bem miudas até o mesmo leito de morte. Desde a cor-de-rosa escolhida na sua infáncia ou os buracos dos brincos até o alongamento artificial da juventude mascarando um corpo auténtico com cicatrizes e sustáncias sintéticas.

MUSEO DA TORTURA CONTRA AS MULHERES (I). Carvalhinho, 1 de Abril


PATRIARCADO MODERNO. SÉCULO XX-XXI

O corpo das mulheres foi considerado sujo e imperfecto ao longo de toda a era patriarcal. Já os primeiros filósofos gregos consideravam à mulher um ser imperfecto. A menstruaçom era para Aristoteles o sémen pobre que produziam as mulheres. A “Histéria”, enfermidade que se diagnosticou historicamente só a mulheres, foi atribuida a desprazamentos que o útero realizava polo corpo até instalar-se na cabeça e virá-las loucas. Poderiam fazer esses doutores hipótese semelhante sobre os testículos?

No Patriarcado moderno as mulheres padecerom a mesma ideologia pseudo-científica contra os seus corpos, que som observados como um constante problema: cheiram mal, menstruam, desequilibram-se hormonalmente, engordam, som frígidas... A misogínia (ódio às mulheres) da era do “progresso científico” pusso nas ruas mulheres mais objecto do que nunca, parcheadas com silicona.

A tortura contra as mulheres mudou de formas e o Patriarcado semelhava ganhar terreno ao ser muitos destes castigos aceitados com resignaçom e pasividade, chegando incluso a ser auto-aplicados. O trunfo do Patriarcado consiste em fazer da violência um facto “normal”, tam normal que incluso nos aplicamos diversas torturas físicas e psíquicas em nome da “beleza”, da “ciência” e do “amor”.

CONTRA O PATRIARCADO, O FEMINISMO NA RUA

As feministas do XXI enfrentarom o patriarcado moderno e iniciarom o caminho da sua destruiçom. Umha das necessidades mais urgentes foi a de romper o silêncio e fazer visível o invissivel. Às vezes os factos que aparentam ser do mais normal nom o som, tenhem finalidades que desconhecemos e encerram ameaças e proibiçons cum significado mui antigo, tanto que parece que esquecemos.

Por isso foi e é tam importante conhecer a História das mulheres, as grandes ausentes nos livros; saber onde e porque se originou a subordinaçom social home/mulher; denunciar as agressons que sofremos por ter um corpo de mulher, desde a violência directa até a cifrada em códigos estéticos, morais ou pseudo-científicos.

A esta labor queremos contibuir desde o Museo Itinerante para a Recuperaçom da Memória Histórica das Lerchas, desde onde fizemos um importante esforço arqueológico. As peças que estám expostas a continuaçom entrarom em des-uso anos antes da definitiva aboliçom do sistema Patriarco-Capitalista.

Com carinho, esperamos que vos resulte ameno e alentador.

Carvalhinho, 1 de Abril, Era Pós-patriarcal.

AS LERCHAS NO Nº 1




O dia 1 de Abril as Lerchas fomos convidadas ao instituto de Carvalhinho, onde realizamos com várias aulas algumhas actividades que nos ajudarom a falar daquelo que parece que nom existe.
Muito obrigadas a todas, foi umha experiência mui bonita!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

IN-feliz Sam Valentim na feira











O sábado passado as Lerchas fomos a feira a anunciar o debate sobre o amor romántico que temos preparado para esta quarta feira às 19 h na sala 0.9 da faculdade de humanidades (Edifício de Ferro). Nesta ocasiom colocamos umha mesinha com informaçom e fomos com um look namoradiço. Pra que nom digam!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

IN-feliz Sam Valentim: CUPIDO MATA MULHERES


Antigamente o 14 de Fevereiro celevrava-se o dia de Sam Valentim, um famoso mártir da cruzada machista e cristiana que se dedicava a impartir o sacramento do matrimónio. Por isso o dia de Sam Valemtim foi o dia do "amor", um dia que celevravamos animadas polos centros comerciais a quem qualquer excusa lhe parece válida para animar-nos a comprar. Mas de que "amor" estamos falando?

--Este amor romántico é umha invençom moderna. Nom fai tantos anos a gente nom casava por "amor". Fazia-o por imposiçom social. O matrimónio era simplesmente um contrato de compra-venda entre homens, no que o pai do moço (ou o moço) e o pai da moça eram quem tinham a última palavra. O objeto contractual eram as mulheres, e valoravam-se de distinto jeito segundo a origem social do marido: mulheres tractor, capazes de trabalhar a terra e parir muitos filhos (mao de obra) nas casas labregas, até mulheres florero com o único cometido na vida que o de parir herdeiros para nobres e burgueses e conservar a sua beleça e a sua finura.

--Co passo dos anos este sistema ficou obsoleto e inventouse o amor romántico para justificar o matrimónio, elaborando umha estricta normativa de como devemos sentir: dependência (nom podo viver sem ti), exclusividade (só te quero a ti), monogamia (som só tua), propriedade (matei-na porque era minha)... Walt Disney encarregou-se de idealizar o modelo anterior e esperamos durmindo polo príncipe azul protector, pola média laranja porque, nós soas, nom fazemos umha laranja enteira.

--O amor romántico é violento porque é anti-natural. Ou sofremos de zelos, de medo a ser "abandonadas", ou pola angustia de saber que, umha vez "atrapadas" já nunca poderemos disfrutar com outras pessoas e com outros corpos; sofremos ante a dor que causamos no nosso par quando cometemos algumha das chamadas "infidelidades"; sofremos ao nom poder conservar relaçoes antigas quando aparecem novos "amores"; sofremos nas discussons violentas e nos divórcios...

--A face mais dramática do amor romántico é o que conhecemos como violência doméstica. O amor romántico é a justificaçom dos miles de homes que pegam palizas às suas companheiras e às suas crianças nos seus fogares, e também a de muitas mulheres que nom som capazes de escapar nesta situaçom. É por isto que o Feminismo vem de declarar o 14 de Fevereiro como o Dia internacional contra a violência de género.



A fé cega no amor romántico nom nós deixa visibilizar outras possibilidades de como AMAR. Um AMOR novo, sem as normas preestabelecidas e fundamentadas na repressom sexual, no heterosexismo, no machismo, na propriedade, no consumismo, nas necessidades do capitalismo... um amor novo que vamos a construir procurando satisfazer os nossos desejos, o nosso prazer, a nossa felicidade e a do resto de pessoas.

Estamos convencidas de que nom vai ser umha tarefa fácil e convidamos-vos a todas e todos a iniciar o debate, na vossa casa, nos vossos centros de trabalho, nas escolas, nas associaçoes vizinhais, nos coros paroquiais,...


As Lerchas, que somos um colectivo feminista de Ourense, organizamos para este 11 de Fevereiro às 19 h na Sala 0.9 da Faculdade de Humanidades (Edificio de Ferro) um acto de reflexom colectiva, onde queremos partir das próprias experiências para procurar caminhos abertos para luitar contra a violência machista que se esconde no silêncio das nossas casas.