terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

IN-feliz Sam Valentim na feira











O sábado passado as Lerchas fomos a feira a anunciar o debate sobre o amor romántico que temos preparado para esta quarta feira às 19 h na sala 0.9 da faculdade de humanidades (Edifício de Ferro). Nesta ocasiom colocamos umha mesinha com informaçom e fomos com um look namoradiço. Pra que nom digam!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

IN-feliz Sam Valentim: CUPIDO MATA MULHERES


Antigamente o 14 de Fevereiro celevrava-se o dia de Sam Valentim, um famoso mártir da cruzada machista e cristiana que se dedicava a impartir o sacramento do matrimónio. Por isso o dia de Sam Valemtim foi o dia do "amor", um dia que celevravamos animadas polos centros comerciais a quem qualquer excusa lhe parece válida para animar-nos a comprar. Mas de que "amor" estamos falando?

--Este amor romántico é umha invençom moderna. Nom fai tantos anos a gente nom casava por "amor". Fazia-o por imposiçom social. O matrimónio era simplesmente um contrato de compra-venda entre homens, no que o pai do moço (ou o moço) e o pai da moça eram quem tinham a última palavra. O objeto contractual eram as mulheres, e valoravam-se de distinto jeito segundo a origem social do marido: mulheres tractor, capazes de trabalhar a terra e parir muitos filhos (mao de obra) nas casas labregas, até mulheres florero com o único cometido na vida que o de parir herdeiros para nobres e burgueses e conservar a sua beleça e a sua finura.

--Co passo dos anos este sistema ficou obsoleto e inventouse o amor romántico para justificar o matrimónio, elaborando umha estricta normativa de como devemos sentir: dependência (nom podo viver sem ti), exclusividade (só te quero a ti), monogamia (som só tua), propriedade (matei-na porque era minha)... Walt Disney encarregou-se de idealizar o modelo anterior e esperamos durmindo polo príncipe azul protector, pola média laranja porque, nós soas, nom fazemos umha laranja enteira.

--O amor romántico é violento porque é anti-natural. Ou sofremos de zelos, de medo a ser "abandonadas", ou pola angustia de saber que, umha vez "atrapadas" já nunca poderemos disfrutar com outras pessoas e com outros corpos; sofremos ante a dor que causamos no nosso par quando cometemos algumha das chamadas "infidelidades"; sofremos ao nom poder conservar relaçoes antigas quando aparecem novos "amores"; sofremos nas discussons violentas e nos divórcios...

--A face mais dramática do amor romántico é o que conhecemos como violência doméstica. O amor romántico é a justificaçom dos miles de homes que pegam palizas às suas companheiras e às suas crianças nos seus fogares, e também a de muitas mulheres que nom som capazes de escapar nesta situaçom. É por isto que o Feminismo vem de declarar o 14 de Fevereiro como o Dia internacional contra a violência de género.



A fé cega no amor romántico nom nós deixa visibilizar outras possibilidades de como AMAR. Um AMOR novo, sem as normas preestabelecidas e fundamentadas na repressom sexual, no heterosexismo, no machismo, na propriedade, no consumismo, nas necessidades do capitalismo... um amor novo que vamos a construir procurando satisfazer os nossos desejos, o nosso prazer, a nossa felicidade e a do resto de pessoas.

Estamos convencidas de que nom vai ser umha tarefa fácil e convidamos-vos a todas e todos a iniciar o debate, na vossa casa, nos vossos centros de trabalho, nas escolas, nas associaçoes vizinhais, nos coros paroquiais,...


As Lerchas, que somos um colectivo feminista de Ourense, organizamos para este 11 de Fevereiro às 19 h na Sala 0.9 da Faculdade de Humanidades (Edificio de Ferro) um acto de reflexom colectiva, onde queremos partir das próprias experiências para procurar caminhos abertos para luitar contra a violência machista que se esconde no silêncio das nossas casas.